A Dengue é hoje um dos principais problemas de saúde pública do mundo. A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 80 milhões de pessoas se infectam anualmente em mais de 100 países, com exceção do continente europeu. Dessas pessoas, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização e pelo menos 20 mil morrem da doença. No Brasil, a maior incidência foi em 2002, quando foram registrados 794 mil casos.
O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, encontrou no mundo moderno condições muito favoráveis para uma rápida expansão. Mais um problema causado pelo progresso da civilização! A urbanização acelerada que criou cidades com deficiências de abastecimento de água e de limpeza urbana; a intensa utilização de materiais não-biodegradáveis, como recipientes descartáveis de plástico e vidro; e as mudanças climáticas.
Mas, para quem não sabe, vamos explicar exatamente o que é a dengue e quais as formas de contágio.
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é a fêmea do mosquito Aedes aegypti. Se o inseto picar alguém que teve dengue, ele passa a transmitir o vírus para pessoas saudáveis.
E como acontece o ciclo de transmissão?
A fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade espantosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias.
No Brasil é um sério problema, já que a dengue é uma doença característica de áreas tropicais e subtropicais, onde as condições do ambiente favorecem o desenvolvimento dos vetores, os mosquitos.
E quais são os sintomas?
Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica.
A dengue clássica geralmente causa febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, manchas vermelhas na pele e pode afetar crianças e adultos, mas raramente mata.
Já a dengue hemorrágica é a forma mais severa, porque além dos sintomas citados, pode ocorrer sangramento e ocasionalmente choque, podendo levar à morte. É importante lembrar que a pessoa que sentir esses sintomas deve procurar os serviços de saúde, evitar o uso de medicamentos à base de ácido acetil salicílico, como aspirina, AAS, melhoral, entre outros, e deve ingerir muito líquido.
Pois é, e nunca é demais falar que a melhor maneira de prevenir a dengue é impedir a reprodução do mosquito. O Aedes aegypti procura água acumulada para colocar seus ovos em recipientes como pneus, latas, garrafas, vasos de planta, caixas d’água destampadas e piscinas não tratadas, entre outros. O combate à dengue deve começar em cada casa e tornar-se uma rotina praticada todos os dias. As providências são simples e o efeito vai beneficiar toda a comunidade.
É importante lembrar que somente um médico pode diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Procure-o!
DICAS PARA EVITAR FOCOS DE DENGUE:
– Guardar baldes e vasos de plantas vazios de boca para baixo,
– Retirar sempre a água e lavar com sabão a bandeja externa de geladeiras,
– Colocar areia em todos os cacos de vidros nos muros que possam acumular água,
– Manter caixas d’água, cisternas e poços bem fechados. O ideal é tampar com telas aqueles que não tem tampa própria.
– Verifique se as calhas de água da chuva não estão entupidas e remova folhas ou outros materiais que possam impedir o escoamento da água.
E dentro das dicas que sempre trazemos aqui no cultura ambiental, é importante também não acumular lixo e entulho.
– Deixe o quintal sempre limpo. As garrafas pet e de vidro devem ser enviadas para a reciclagem ou serem reutilizadas em casa, mas não podem ficar ao relento, tomando chuva. Os sacos plásticos das lixeiras devem ser bem fechados e a lixeira deve fica sempre tampada. Os pneus velhos devem ser entregues ao serviço de limpeza urbana ou à reciclagem. Caso você tenha necessidade de mantê-los, guarde-os em local coberto.
– E quem tem lagos, cascatas, espelhos d’água decorativos devem mantê-los sempre limpos. O ideal é criar peixes, já que eles se alimentam de larvas, entre elas, a do mosquito. Sempre lembrando de manter a água tratada com cloro, assim como a piscina que deve ser limpa uma vez por semana ou ficar coberta caso não esteja sendo utilizada.
– Para quem cultiva bromélias ou outras plantas que acumulam água, é imprescindível tratá-las com água sanitária na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, regando, no mínimo, duas vezes por semana e retirando sempre a água acumulada nas folhas. Além disso, os velhos conhecidos pratinhos de vasos de plantas ou xaxins não podem acumular água e o ideal é colocar areia até a borda do pratinho, assim a areia absorve o resto de água.
– E se você tem animais domésticos, lembre de lavar com bucha e sabão em água corrente, pelo menos uma vez por semana, o pratinho do seu amigão de estimação.
Pessoal, a dengue é um problema de todos, não somente do governo. Se você não cuidar do seu ambiente, pode contaminar toda a sua vizinhança. E quem mora ao lado de terrenos baldios, é importante comunicar o poder público para que as providências possam ser tomadas.
É isso pessoal, vamos todos abraçar os cuidados para acabar com esse problema tão sério que afeta tanto, nós, brasileiros.
Ouça aqui o nosso programa do dia 18 de junho sobre esse tema.